SEMANA DA SOLIDARIEDADE

 

Semana da Solidariedade e Terceira Jornada Mundial dos Pobres

Pe. Nelito Dornelas

A Caritas Brasileira promove de 10 a 17 de novembro, em todo país, a Semana Nacional de Solidariedade. No dia 17 de novembro celebra-se o Dia Mundial do Pobre, convocado pelo Papa Francisco. Todas as entidades ligadas à Igreja devem realizar alguma atividade social em favor dos pobres.

O Papa Francisco sempre tem realizado algum gesto concreto surpreendente neste dia, como promover um almoço para os moradores de rua. A CNBB oferecerá um almoço solidário a um grupo de convidados representando as organizações sociais, fará uma coletiva de imprensa e o plantio de mudas do Cerrado nos jardins da entidade.

Nesta terceira edição do Dia Mundial do Pobre, as Pastorais Sociais, de modo especial a Pastoral do Povo de Rua, a Pastoral da Mulher, e dos Migrantes vão realizar gestos de solidariedade e empatia com os empobrecidos do nosso país.

Este dia foi instituído pelo Papa Francisco no encerramento do Ano da Misericórdia, em 2016, como um convite a todas as comunidades cristãs e a todas as pessoas de boa vontade que levem esperança e conforto aos pobres e colaborem para que ninguém se sinta privado da proximidade e da solidariedade humana.

O tema para este ano é: “A esperança dos pobres jamais se frustrará” (Sl 9, 19). O papa afirma que “a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e lança fora é uma escolha prioritária que os discípulos e discípulas de Cristo são chamados a abraçar para não trair a credibilidade da Igreja e dar uma esperança concreta a tantos indefesos”.

 

A profecia do Papa Francisco

"Podem levantar muitos muros, porém Deus destruirá as barreiras e substituirá a arrogância de uns poucos pela solidariedade de muitos".

A mensagem do Papa Francisco para a Jornada Mundial dos Pobres quer colocar os pobres onde Cristo quis que sempre estivessem: no centro da justiça e da Igreja. Esse é o objetivo dessa jornada: “devolver a esperança perdida por causa da injustiça, o sofrimento e a precariedade da vida”.

Afirma Francisco que "os séculos passam, mas a condição de ricos e pobres permanece inalterada, como se a experiência da história não tivesse nos ensinado nada". Hoje, existem "numerosas formas de nova escravidão, à qual milhões de homens, mulheres, jovens e crianças estão sujeitos”. "Todos os dias encontramos famílias que são forçadas a abandonar suas terras para procurar meios de subsistência em outros lugares; órfãos que perderam seus pais ou que foram violentamente separados deles por causa da exploração brutal; jovens em busca de uma realização profissional a quem é negado o acesso ao trabalho por causa de políticas econômicas míopes; vítimas de tantas formas de violência, da prostituição às drogas, e humilhadas nas profundezas do seu ser".

"Como podemos também esquecer os milhões de imigrantes que são vítimas de tantos interesses ocultos, tão explorados para fins políticos, aos quais se nega solidariedade e igualdade? E quanto aos muitos marginalizados e desabrigados que vagam pelas ruas de nossas cidades?" “Considerados geralmente como parasitas da sociedade, aos pobres não se perdoa nem sequer pela sua pobreza”. “São vistos como uma ameaça ou gente incapaz apenas por serem pobres”.

Uma discriminação que chega às grandes cidades, onde se leva a cabo “uma arquitetura hostil para se desfazer da sua presença, inclusive nas ruas, últimos lugares de acolhida. Perambulam de uma parte a outra da cidade, esperando conseguir um trabalho, uma casa, um pouco de afeto”. 

No trabalho, as coisas não são melhores para os pobres. “Não têm segurança no trabalho, nem condições humanas que os permitam sentirem-se iguais aos demais. Para eles não existe o subsídio do desemprego, indenizações, nem sequer a possibilidade de adoecer”.

Pergunta Francisco: Como pode Deus tolerar essa disparidade? Como pode permitir que o pobre seja humilhado sem intervir para ajudá-lo? Por que permite que quem oprime tenha uma vida feliz, enquanto seu comportamento deveria ser condenado, precisamente ante o sofrimento do pobre? Muitas perguntas, muita dor, porém, também muita esperança. “A esperança dos pobres nunca se frustrará”.

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