DO VÍDEO: REALIDADE POLÍTICA

 

Do Video: Realidade Política

Nelito Dornelas

Eu estou profundamente preocupado com este momento Eleitoral do segundo turno. Uma vez eu li um livro que me deixou muito impressionado, foi o único livro que eu li, em que o prefácio não estava de acordo com o conteúdo do livro. Era um judeu que havia escrito esse livro, condenando Hitler pelo massacre, pelo holocausto que ele fez contra seis milhões de judeus. E o prefaciador desse livro disse assim: olha eu não concordo com o conteúdo deste livro porque o autor dele, acusa e condena o Hitler de ter feito o holocausto a 6 milhões de judeus, eu não concordo porque Hitler não pegou ninguém de surpresa, ele avisou muito bem que faria isso, que levaria os judeus a um holocausto. E nós ao invés de enfrentar este processo, não deixar que Hitler chegasse ao poder porque ele chegou pelo voto popular, nós nos acomodamos e preferimos viver como de costume. E por preferir viver como de costume, não sair da nossa zona de conforto, nós votamos e deixamos que o Hitler fizesse isso.

E é o que está acontecendo agora no Brasil, eu trabalho com políticas públicas e isso me preocupa muito porque quando se fala em políticas públicas, nós sabemos que existem três setores disputando as políticas públicas. Você tem o primeiro setor que é o governo. O governo é composto pelo executivo, judiciário, legislativo, você tem o mercado que são os donos da terra, das mineradoras, que são os grandes empresários, que são os donos da matriz energética do nosso país, e, você tem, inclusive também como fala em mercado, até os donos do meio de comunicação social.

E você tem o terceiro setor que é a sociedade civil da qual eu faço parte. O que me preocupa é que quando se fala em política pública, você tem uma disputa, disputa da sociedade civil com o mercado e com o estado.

Dependendo para onde o estado pende, aí as políticas públicas vão para o mercado ou para a sociedade civil.  No caso a minha ótica são os pobres, os trabalhadores, aqui eu estou pensando na saúde, na educação, no transporte, segurança, habitação, no lazer, enfim na vida social.

O resultado dessa eleição, o que saiu no 1° turno, é altamente preocupante. Você tem um congresso com pouco mais de 500 deputados, uma câmara federal, dos quais 200 deputados representam a indústria da terra, a indústria da mineradora, do agronegócio e das empresas, antes os empresários financiavam os candidatos que os representavam nas cadeiras do congresso nacional.

Hoje não, hoje os próprios donos do mercado, eles mesmos se auto financiaram e foram ocupar essa cadeira para defender os seus interesses, interesse do mercado e não da nação brasileira. Então nós temos 200 deputados que representam a indústria, eu chamaria então da terra, e das minerações, das fontes de riqueza do nosso país. Temos 120 deputados que são da indústria da Fé, da falsa fé, que são pastores pentecostais, na sua maioria na linha do Silas Malafaia, na linha do Edir Macedo, Feliciano e outros mais e também pentecostais católicos, que são da indústria da Fé, da falsa fé. E temos 52 deputados que são da indústria da bala, de cabo a general, também estes sempre foram financiados pelas indústrias bélicas, pelas fábricas de armas e tinham seus representantes.

Agora também os donos das fábricas de armas e os seus representantes, estão também lá, pois então, são três setores, portanto, nós já temos dois terço no congresso Federal que representam as forças contrárias às políticas públicas, inclusive já temos uma lei aprovada pelo Presidente Temer que congelou os investimentos na política pública, na área social até 2037, imagine o que que isso significa para nós. Este é um quadro.

Quando se fala em democracia, nós temos três níveis de democracia: a democracia direta, que é a democracia que nós fazemos na rua, nós fazemos pelos movimentos sociais, pelos movimentos populares, essa é a direta.

Nós temos a democracia participativa, que nós a fazemos através da participação dos conselhos de cidadania, os conselhos paritários desde os municípios até o nível nacional. E temos a democracia representativa, essa é mais visível que é a democracia parlamentar, nós votamos no parlamento do Poder Executivo e do Poder Legislativo, no Judiciário nós não votamos. Mas eles fazem parte então da democracia representativa. 

Nós temos três níveis de democracia: democracia representativa, participativa e direta. E agora estão em disputa, dois projetos, um capitaneado pela figura do Bolsonaro, e, outro capitaneado pela figura do Fernando Haddad. A questão que se coloca é essa e pelo tudo que eu já li tudo que eu já vi do programa dos dois governos e tudo que está ai claríssimo para nós, o que nós percebemos?

Se agora ganhar o projeto Bolsonaro, o que vai acontecer? nós já perdemos no Congresso Nacional a democracia representativa, esta não representa os legítimos interesses da nação brasileira sobretudo das classes trabalhadores e dos pobres, em todas as áreas, já perdemos aí.

Se ganhar o projeto Bolsonaro, nós vamos perder também na democracia participativa e na democracia representativa, porque ele é abertamente declarado fascista, e se ganhar o projeto Fernando Haddad nós já perdemos na democracia representativa, aí nós podemos disputar com o mercado e com governo, a democracia participativa e democracia direta. Estou aqui fazendo este apelo para que nós pensamos o que que nós queremos? nós queremos perder? já perdemos a democracia representativa, queremos perder também na democracia participativa direta? ou queremos disputar na democracia participativa e direta com o mercado e com o governo, essa opção está nas nossas mãos e vamos decidir o segundo turno das eleições por isso eu partilho e compartilho com você essas indagações esses questionamentos, essas perguntas, me ajude a respondê-las.

Postagens mais visitadas deste blog

VIDA SACERDOTAL