PARA PENSAR SOBRE O BRASIL


Para pensar sobre o Brasil -Pe. Nelito Dornelas



Fado tropical é a canção mais emblemática da obra de Chico Buarque, isso porque foi censurada. A canção é de Chico Buarque e Ruy Guerra. Ruy Guerra é um cineasta português nasceu em Moçambique. Esses dois artistas escreveram a música exclusivamente para a peça “Calabar – “O elogio da traição”. A peça fala sobre a posição de Domingos Fernandes Calabar quando ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa.



Oh, musa do meu fado, Oh, minha mãe gentil, Te deixo consternado.

No primeiro abril, mas não sê tão ingrata, não esquece quem te amou, e em tua densa mata se perdeu e se encontrou: "Meu coração tem um sereno jeito e as minhas mãos o golpe duro e presto de tal maneira que, depois de feito desencontrado, eu mesmo me contesto se trago as mãos distantes do meu peito É que há distância entre intenção e gesto e se o meu coração nas mãos estreito

Me assombra a súbita impressão de incesto quando me encontro no calor da luta ostento a aguda empunhadora à proa, mas meu peito se desabotoa e se a sentença se anuncia bruta mais que depressa a mão cega executa pois que senão o coração perdoa" Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal ainda vai tornar-se um império colonial. Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal ainda vai tornar-se um império colonial



Tecendo a manhã João Cabral de Melo Neto

Um galo sozinho não tece uma manhã: ele precisará sempre de outros galos. De um que apanhe esse grito e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito que um galo cantou e de outros galos que com muitos outros galos se cruzaram nos fios de sol de seus gritos para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos.



Dizia Dom Helder: “Tenho pena, Senhor, dos sem abrigo, e mais pena ainda dos instalados, dos enraizados, que fizeram da Terra morada permanente”.

Dom Helder, pastor da paz e da ternura, sentia-se honrado quando seus inimigos o acusavam de utópico e sonhador, porque se aproximava do “cavaleiro andante”. Dom Helder dizia-lhes: “Comparar-me a Dom Quixote, está longe de ser uma nota depreciativa” e acrescentava: “Ai do mundo se não fosse a utopia, ai do mundo se não fossem os sonhadores”.

“Mesmo que a maior angústia te visite e acompanhe, não te deixes que ela reflita em teu rosto. O mundo agitado e triste precisa que leves contigo tua paz e tua alegria”. “Feliz de quem entende que é preciso mudar muito para ser sempre o mesmo”. “Feliz de quem atravessa a vida tendo mil razões para viver” (Pensamentos de Dom Helder).

É possível caminhar sozinho. Mas, o bom viajante sabe que a grande caminhada é a vida e esta supõe companheiros. Companheiro, etimologicamente, é quem come o mesmo pão.

O bom caminheiro preocupa-se com os companheiros desencorajados, sem ânimo, sem esperança…. Advinha o instante em que se acham a um palmo do desespero.

Apanha-os onde se encontram. Deixa que desabafem e, com inteligência, com habilidade, sobretudo, com amor, leva-os a recobrar o ânimo e voltar a ter gosto na caminhada.

Marchar por marchar não é ainda verdadeiramente caminhar. Para as minorias Abraâmicas, partir, caminhar significa mover-se e ajudar muitos outros a moverem-se no sentido de tudo fazer por um mundo mais justo e mais humano.”

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